URGÊNCIA E EMERGÊNCIA: uma possibilidade de acolhimento psicológico e escuta psicanalítica
Palavras-chave:
Psicologia Hospitalar, Urgência e Emergência, Escuta, Escuta Psicanalítica, PsicanáliseResumo
Introdução: O sujeito quando se encontra em um contexto de urgência e emergência, é
atravessado em sua rotina não só pelo adoecimento físico, mas pode também, o ser pelo psíquico.
Ele precisa ser visto e ouvido em sua totalidade, é preciso reconhecê-lo como sujeito de fato e não
objeto adoecido. O papel do psicólogo em relação à hospitalização volta-se então para o processo
da humanização, onde o adoecimento em si, traz uma transformação psíquica da subjetividade do
paciente. O acolhimento psicológico e escuta assim se fazem necessários frente aos temores
despertados e fragilidades que são acentuadas. Objetivo: Demonstrar uma possível escuta
psicanalítica fora de suas práxis habituais em um contexto de um serviço de urgência e emergência,
através de recortes de relatos de experiência estagiária e referenciais teóricos psicanalíticos.
Metodologia: O presente artigo pautou-se em relatos de experiências vivenciadas durante estágio
multidisciplinar em um serviço de urgência e emergência, de uma cidade do interior do estado de
Minas Gerais. A coleta de dados se deu mediante escuta, intervenção e observação, nos períodos
compreendidos entre agosto e novembro de 2017, e abril a junho de 2019. Considerações: O
adoecimento sem dúvida é inerente ao sujeito, no decorrer de sua vida será inevitável o
desfalecimento físico do corpo, e concomitantemente, o desamparo e a angústia. É importante
nessa situação reforçar a existência no paciente internado além do sofrimento físico, em seus
aspectos psíquicos e emocionais. A escuta psicanalítica nesse contexto traz a possibilidade do
paciente fazer a sua própria elaboração, em uma relação do real com o simbólico. Onde a sujeito
tende a resgatar sua própria essência diante do adoecimento e se perceber como individuo em
potência. A experiência estagiária oportunizou uma vivência na prática de vários referenciais
teóricos psicanalíticos no manejo com o paciente, ao acolher e ao escuta-lo, o desejo do analista
se fazia presente, proporcionando ao sujeito uma escuta não direcionada, permitia a este um
discurso além do adoecimento, oposto ao preconizado discurso médico. Ao falar o paciente tinha a
possibilidade de ter sua angústia acolhida e uma possível elaboração, e significação ou
ressignificação desta. Diante desta experiência, escrever sobre este se tornou irresistível e
necessário. Esta escrita contribui como referencial bibliográfico, fomentando a discussão e reflexão
acerca da práxis psicanalítica, aquém do que já lhe foi concebida. A leitura deste permitirá ao
psicólogo, um vislumbre de uma possível atuação norteado por estes referenciais específicos. Aos
outros profissionais presentes neste contexto a leitura deste lhes permitirá uma visão mais
humanizada do paciente, pois o acolhimento e escuta traz o sujeito à tona em meio ao adoecimento,
aos olhos de quem o ouve.
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