Cuidado de pacientes em final de vida: o que profissionais de enfermagem expressam sobre
DOI:
https://doi.org/10.22289/2446-922X.V7N1A24Palavras-chave:
equipe de enfermagem, cuidados intensivos, cuidados paliativos na terminalidade da vida, psicologiaResumo
A percepção que se tem sobre a morte e o morrer em nossa sociedade e a maneira como ela é vivenciada por profissionais de saúde pode trazer repercussões psíquicas importantes, especialmente para aqueles que têm maior proximidade com os pacientes: a equipe de enfermagem. Com frequência a literatura sugere a criação de espaços de fala e/ou grupos de discussão, como estratégia de cuidado para estes profissionais. O presente estudo refere-se a uma pesquisa qualitativa, exploratória e empírica, cuja a proposta foi verificar, por meio de entrevista semi-estruturada, se profissionais da enfermagem de um Centro de Terapia Semi-Intensiva possuem demandas para trabalhar sobre temáticas relacionadas ao cuidado de pacientes em final de vida por meio de um grupo operativo e, de acordo com os resultados, propor sua realização. Participaram 21 profissionais. As entrevistas foram analisadas por meio da Análise de Conteúdo, a qual permitiu elencar cinco categorias: Frequência; Dificuldades; Estratégias de enfrentamento; Vínculos estabelecidos; Demandas por atualizações e espaços de fala. Os resultados evidenciam que os participantes consideram válido um espaço para falar sobre suas vivências no contexto do cuidado a pacientes em final de vida, contudo, quando este foi proposto, não teve adesão. Uma série de razões podem ser ponderadas sobre os impedimentos e as dificuldades na implementação de um grupo com profissionais de enfermagem atuantes em cuidados intensivos, como principais contingentes elencam-se questões relacionados à própria profissão, à resistências, a sobrecarga de trabalho, ao próprio contexto institucional e pandêmico, deixando claro a necessidade de novos estudos.
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