O CORPO DO ANALISTA NA CLÍNICA PSICANALÍTICA COM CRIANÇAS AUTISTAS
DOI:
https://doi.org/10.22289/2446-922X.V8N1A22Palavras-chave:
Psicanálise, Transtorno do Espectro do Autismo, Atenção à saúdeResumo
O aumento no número de crianças com diagnóstico do Transtorno do Espectro do Autismo nos convoca a refletirmos sobre o que estaria causando este efeito, tornando-o uma questão de Saúde Pública, visto que estas demandas são direcionadas às Unidades de Referência infantis. A pesquisa utilizada foi do tipo clínico-qualitativa (TURATO, 2013), baseada na teoria psicanalítica, sendo analisado a partir de recorte de caso clínico. Este trabalho foi submetido e aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa, com o parecer nº 2.218.982. As vivências nos atendimentos proporcionaram reflexões sobre a função do corpo do analista no tratamento de crianças autistas, compreendendo-o como um facilitador na construção de vínculo entre terapeuta-paciente e de um ambiente holding que acolhe o indivíduo à sua maneira. A pesquisa sobre o corpo do analista se torna relevante, visto que esse pode ser compreendido como um instrumento de atuação para o profissional que atua na clínica do autismo. A partir disso, objetivou-se demonstrar os efeitos da função do corpo do analista no tratamento de uma criança com suspeita diagnóstica do Transtorno do Espectro do Autismo. Conclui-se que o corpo do analista ao servir de ambiente acolhedor propicia a construção de uma relação por via sensorial e o surgimento do Eu
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