ANÁLISE DA PREVALÊNCIA DOS FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES EM UNIVERSITÁRIOS
DOI:
https://doi.org/10.22289/2446-922X.V6N1A1Palavras-chave:
Fatores de Risco Cardiovascular, Universitários, Obesidade, Sedentarismo, Educação FísicaResumo
As doenças cardiovasculares representam um número alto e crescente de morbimortalidade mundial decorrente do estilo de vida. Objetivou-se identificar a prevalência dos fatores de risco cardiovasculares entre os universitários de uma faculdade do interior de Minas Gerais. Trata-se de uma pesquisa descritiva, quantitativa, de delineamento transversal realizada com universitários da Faculdade Cidade de Coromandel (FCC), entre os meses de junho e julho de 2016. Utilizou-se um questionário sociodemográfico, as medidas antropométricas, o questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) na versão curta, seis questões relativas ao uso de bebidas alcoólicas e de tabaco e o questionário de avaliação dos Hábitos Alimentares. Participaram do estudo 56 universitários de ambos os sexos (em partes iguais) que cursavam mais de 90 dias letivos de aula na faculdade, nos diversos cursos. A faixa etária variou de 18 a 55 anos com uma prevalência maior entre 21 e 29 anos em ambos os sexos (21,5% do sexo masculino e 26,8% do sexo feminino). A maior parte cursa Educação Física (30,4%), possuía o financiamento estudantil da própria instituição (50,0%), eram solteiros (75,0%), com emprego fixo e remunerado (76,7%), com renda individual mensal de até um salário mínimo (44,6%) e renda familiar mensal entre dois e cinco salários mínimos (48,2%). Afirmaram morar com a família (96,4%), com média de quatro pessoas na residência (35,7%). Identificou-se que o índice de alterações das variáveis analisadas foi superior no sexo masculino (06), com alterações na hipertensão arterial, no sobrepeso/obesidade, no sedentarismo, no tabagismo, no etilismo e nos hábitos alimentares. As mulheres apresentaram maiores alterações na variável circunferência abdominal (30,3%). Grande parte dos universitários possui de dois a quatro fatores de risco cardiovascular (homens 37,5% e mulheres 32,1%). Não houve diferença estatisticamente significante entre a estratificação do sedentarismo em relação à alimentação, concluindo que neste estudo o primeiro não interfere no segundo. A prevalência encontrada foi de 1,0, considerando que todos os participantes possuem ao menos um fator de risco cardiovascular. Apesar dos homens apresentarem maiores alterações nas variáveis que compõem os fatores de risco cardiovasculares, as mulheres apresentaram alta prevalência nos fatores de risco, já que os resultados das variáveis não são mutuamente exclusivos. Verifica-se há necessidade de planejamento e implantação de propostas que visem modificar os hábitos de vida dos indivíduos, principalmente por parte do educador físico.
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