SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA EM DOCENTES E SUAS POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS NO TOCANTE À QUALIDADE DE VIDA
DOI:
https://doi.org/10.22289/2446-922X.V5N2A2Palavras-chave:
depressão, qualidade de vida, docentesResumo
O sofrimento psíquico no trabalho tem sido apontado por estudiosos como uma variável que pode influenciar no adoecimento. A carreira docente, tida como uma das categorias profissionais mais populosas do país, possui características e processos de trabalho peculiares, que se somados a fatores subjetivos e emocionais, podem se relacionar ao surgimento de diversos sintomas psicopatológicos como, por exemplo, os que configuram o quadro depressivo. Do mesmo modo, os fatores laborais que compõe o universo de trabalho do professor podem estar atrelados à sua percepção da qualidade de vida. O objetivo desta pesquisa consistiu em investigar as possíveis relações entre a incidência de sintomas depressivos e impactos na qualidade de vida dos professores da cidade de São Paulo. Trata-se de um estudo de natureza descritiva e de abordagem quantitativa e qualitativa realizado com 41 docentes dos seguintes níveis de ensino: infantil, fundamental, médio e superior. Foram utilizados os seguintes instrumentos: Questionário sociodemográfico, Inventário de Beck e o World Health Organization Quality of live – bref. Os resultados obtidos demonstraram maior prevalência de sintomatologia depressiva em docentes do sexo feminino e níveis de qualidade de vida inferiores aos do sexo masculino em todos os domínios de vida avaliados. Evidenciou-se também que as seguintes variáveis: sexo feminino, atuar no nível de ensino infantil (pré-escola), possuir entre 06 e 10 anos de experiência na profissão, idade entre 20 e 29 anos, ter uma carga horária de 30 horas semanais e atuar exclusivamente como professor operam como fatores de risco para o adoecimento da categoria docente.
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