A IDENTIFICAÇÃO DE PREJUÍZOS COGNITIVOS DECORRENTES DE ESTADOS EMOCIONAIS AVERSIVOS DEMONSTRADOS EM ESTUDOS EMPÍRICOS BRASILEIROS

Autores

  • Bruner de Morais Miranda Universidade Federal de Uberlândia - UFU https://orcid.org/0000-0002-2643-1111
  • Ana Carolina Rimoldi de Lima UEMG - Universidade do Estado de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.22289/2446-922X.V6N1A18

Palavras-chave:

Terapia Cognitivo Comportamental, cognição, emoção

Resumo

A maneira como a cognição e a emoção interagem entre si tem sido objeto de interesse desde o final do século XVII, sendo ainda foco de pesquisa por psicólogos e neurocientistas do presente século. A compreensão desta relação se mostra importante especialmente para o profissional que atua dentro da perspectiva das abordagens cognitivo-comportamentais, visto que os diversos modelos propostos são congruentes ao preconizarem que as emoções, as cognições e os comportamentos podem ser modulados e modificados, seja por meio da cognição ou das emoções, sendo estas inseparáveis, ainda que distinguíveis. O presente estudo teve como objetivo apresentar os modelos teóricos que abordam a temática para, em seguida, realizar uma revisão bibliográfica narrativa dos estudos empíricos sobre o tema decorrente do mapeamento das produções científicas brasileiras e publicadas em periódicos brasileiros nos últimos 10 anos, de maneira a melhor compreender o enfoque de tais estudos e os resultados por estes alcançados. Os estudos confirmaram a existência de prejuízos cognitivos associados a estados emocionais aversivos, assim como o impacto da estimulação cognitiva sobre estados emocionais. A maioria dos estudos encontrados trabalharam com amostras de idosos, com enfoque em avaliação e intervenção em diferentes déficits cognitivos e emocionais. Sugere-se que novos estudos e propostas de avaliação e intervenção sejam realizados em busca de protocolos mais efetivos de intervenção que lancem mão dos conhecimentos dos achados empíricos acerca da interface entre emoção e cognição, que podem fornecer contribuição relevante para os profissionais de TCC.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Bruner de Morais Miranda, Universidade Federal de Uberlândia - UFU

Mestrando em Psicologia. Pós-graduado Lato Sensu em Terapia Cognitivo-Comportamental. Psicólogo clínico e docente de graduação em Psicologia. Professor do curso de graduação em Psicologia do Centro Universitário Mário Palmério – UNIFUCAMP.

Ana Carolina Rimoldi de Lima, UEMG - Universidade do Estado de Minas Gerais

Mestre em Psicologia da Saúde com ênfase em Processos Cognitivos. Psicóloga clínica e docente de graduação e pós-graduação em Psicologia. Professora do curso de graduação em Psicologia da Universidade de Minas Gerais – UEMG, Unidade Ituiutaba.

Referências

Abreu, C. N. (2001). Psicoterapia construtivista: o novo paradigma dos modelos cognitivistas. In Rangé, B. (org.) Psicoterapias cognitivo-comportamentais: um diálogo com a psiquiatria (2a ed.; pp. 62-76). Porto Alegre: Artmed Editora.

Anhoque, C. F., Biccas-Netto, L., Domingues, S. C. A., Teixeira, A. L., & Domingues, R. B. (2013). Comprometimento cognitivo correlaciona-se com redução da qualidade de vida em pacientes com síndrome clinicamente isolada. Arquivos de Neuropsiquiatria, 71(2), 74-77.

Bear, M. F.; Connors, B. W., & Paradiso, M. A. (2008). Neurociências: Desvendando o sistema nervoso. Porto Alegre: Artmed.

Beck, A. T. (1964). Thinking and depression: II. Theory and therapy. Archives of General Psychiatry, 10(6), 561-571. doi:10.1001/archpsyc.1964.01720240015003

Beck, A. T. (1967). Depression: Causes and treatment. Philadelphia: University of Pennsylvania Press.

Beck, A. T. (2012). Beyond belief: A theory of modes, personality and psychopathology. In F. M. Salkovskis (Ed.). Frontiers of cognitive therapy (pp.1-25). New York: Guilford Press.

Beck, J. S. (2013). Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. (2a ed.) Porto Alegre: Artmed, 2013.

Beck, A. T., & Clark, D. A. (1988). Anxiety and depression: An information processing perspective. Anxiety Research, 1(1), 23-36. doi: 10.1080/10615808808248218

Beck, A. T., & Clark, D. A. (1997). An information processing model of anxiety: Automatic and strategic processes. Behaviour Research and Therapy, 35(1), 49–58. doi:10.1016/s0005-7967(96)00069-1

Beck, A. T., & Clark, D. A. (2012). Terapia cognitiva para os transtornos de ansiedade (Trad. M. C. Monteiro). São Paulo: Artmed.

Bower, G. H. (1987). Commentary on mood and memory. Behaviour Research and Therapy, 25(6), 443–455. doi:10.1016/0005-7967(87)90052-0

Casemiro, F. G., Rodrigues, I. A., Dias, J. C., Alves, L. C. S., Inouye, K., & Gratão, A. C. M. (2016). Impacto da estimulação cognitiva sobre depressão, ansiedade, cognição e capacidade funcional em adultos e idosos de uma universidade aberta da terceira idade. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 19(4), 683-694. doi: 10.1590/1809-98232016019.150214

Casemiro, F. G., Quirino, D. M., Diniz, M. A. A., Rodrigues, R. A. P., Pavarini, S. C. I., & Gratão, A. C. M. (2018). Efeitos da educação em saúde em idosos com comprometimento cognitivo leve. Revista Brasileira de Enfermagem, 71(Supl. 2), 801-810. doi: 10.1590/0034-7167-2017-0032

Damasio, A. R. (2000). O mistério da consciência. São Paulo: Companhia das Letras.

Damasio, A. R. (2005). O erro de Descartes: Emoção, razão e o cérebro humano. São Paulo: Companhia das Letras.

Dewitte, M., Koster, E., Dehouwer, J., & Buysse, A. (2007). Attentive processing of threat and adult attachment: a dot-probe study. Behaviour Research and Therapy, 45(6), 1307-1317. doi:10.1016/j.brat.2006.11.004

Ellis, A. (1962). Reason and emotion in psychotherapy. New York: Lyle Stuart.

Falcone. E. M. O. (2014). Terapia do esquema. In Melo, W. V. (Org.). Estratégias psicoterápicas e a terceira onda em terapia cognitiva (pp. 264-288). Novo Hamburgo: Sinopsys.

Gilligan, S. G., & Bower, G. H. (1984). Cognitive consequences of emotional arousal. In: Izard, C. E., Kagan, J., Zajonc, R. B. (Eds.). Emotions, Cognition, & Behavior (pp. 547–88). Cambridge: Cambridge University Press.

Hatzenberger, R., Lima, A. P. V. R., Lobo, B., Leite, L., & Kristensenc, C. H. (2010). Transtorno de estresse pós-traumático e prejuízos cognitivos em mulheres vítimas de violência pelo parceiro íntimo. Ciências & Cognição, 15(2), 94-110.

Hofmann, S. G. (2014). Introdução à terapia cognitivo-comportamental contemporânea. Porto Alegre: Artmed.

Knapp, P. (Org.). (2004). Terapia Cognitivo-Comportamental na Prática Psiquiátrica. Porto Alegre: Artmed.

Lazarus, R. S. (1982). Thoughts on the relations between emotion and cognition. American Psychologist, 37(9), 1019–1024. doi:10.1037/0003-066x.37.9.1019

Leahy, R. L. (2002). A model of emotional schemas. Cognitive and Behavioral Practice, 9(3), 177–190. doi:10.1016/s1077-7229(02)80048-7

Leahy, R. L.; Tirch, D.; Napolitano, L. A. (2013). Regulação emocional em psicoterapia: um guia para o terapeuta cognitivo-comportamental. (Trad. I. H. Oliveira). Porto Alegre: Artmed.

Linehan, M. (2010). Terapia cognitivo-comportamental para transtorno da personalidade borderline: Guia do terapeuta. Porto Alegre: Artmed.

Malloy-Diniz, L. F., Mattos, P., Abreu, N., & Fuentes, D. (2016). O exame neuropsicológico: o que é e para que serve? In L. F. Malloy-Diniz, P. Mattos, N. Abreu, & D. Fuentes. (Orgs.). Neuropsicologia – aplicações clínicas. (pp. 21-34). Porto Alegre: Artmed.

Melo, W. V. (2014). Estratégias psicoterápicas e a terceira onda em terapia cognitiva. Novo Hamburgo: Sinopsys.

Melo, W. V., Oliveira Júnior, A. A., Peixoto, M. S., & Araújo, L. B. (2012). Avaliação da ansiedade e do viés de atenção no canal visual para estímulos emocionais em uma amostra não clínica. Estudos de Psicologia, 17(1), 107-114.

Montagnero, A. V. (2008). Um estudo sobre o processamento da informação na ansiedade, através de tarefas de evocação, tomada de decisões e atenção. Tese de doutorado, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Departamento de Psicologia e Educação, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, Brasil. doi:10.11606/t.59.2009.tde-19112008-151619

Montagnero, A. V., Lopes, E. J., & Galera, C. (1969). Relação entre traços de ansiedade e atenção através de Tarefas de Stroop. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 10(2), 157-169. doi:10.31505/rbtcc.v10i2.185

Nascimento, J. M. S., & Pergher, G. K. (2011). Memória autobiográfica e depressão: um estudo correlacional com amostra clínica. Psicologia: Teoria e Prática, 13(2), 142-153.

Pilati, R. (2011). Cenários experimentais: efeito sobre a emoção e o comportamento pró-social. Estudos de Psicologia (Natal), 16(2), 163–170. doi:10.1590/s1413-294x2011000200007

Rangé, B. (Org.). (2011). Psicoterapias cognitivo-comportamentais: um diálogo com a psiquiatria. 2a ed. Porto Alegre: Artmed.

Serrano, J. P., Latorre, J. M., & Montañés, J. (2005). Terapia sobre revisión de vida basada en la recuperación de recuerdos autobiográficos específicos en ancianos que presentan síntomas depresivos. Revista Española de Geriatría y Gerontología, 40(4), 220–227. doi:10.1016/s0211-139x(05)74858-7

Smith, C. A., & Lazarus, R. S. (1993). Appraisal components, core relational themes, and the emotions. Cognition & Emotion, 7(3-4), 233–269. doi:10.1080/02699939308409189

Sousa, C. R., & Padovani, R. C. (2014). Terapia do esquema emocional. In MELO, W. V. (Org.). Estratégias psicoterápicas e a terceira onda em terapia cognitiva (pp. 289-313). Novo Hamburgo: Sinopsys.

Steibel, N. M., & Almeida, R. M. M. (2010). Estudo de caso-avaliação neuropsicológica: depressão x demência. Aletheia, 31, 111-120.

Teasdale, J. D., & Bernard, P. J. (1993). Affect, cognition and change: Re-modelling depressive though. Hove, UK: Lawrence Erlbaum Associates.

Vale, A. M. S., Silva, H. S., & Chariglione, I. P. F. S. (2019). Memória autobiográfica: Uma proposta de estimulação mnêmica em idosos. Psicologia: Teoria e Prática, 21(2), 359-377.

Vargas, L. da S. de, Lara, M. V. S. & Mello-Carpes, P. B. (2014). Influência da diabetes e a prática de exercício físico e atividades cognitivas e recreativas sobre a função cognitiva e emotividade em grupos de terceira idade. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 17(4), 867–878. doi:10.1590/1809-9823.2014.13178

Victoria, M. S., Soares, A. B., & Moratori, P. B. (2005). A influência dos estados emocionais positivos e negativos no processamento cognitivo. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 5(2), 29-41.

Victoria, M. S., & Soares, A. B. (2007). Estados emocionais e processamento cognitivo: Sistemas dependentes? Psicologia em Pesquisa, 1(1), 15-19.

Welp, A. K. S. (2009). A ansiedade e o aprendizado de língua estrangeira. Letras de Hoje, 44(3), 70-77.

Young, J. E., Klosko, J. S.; Weishaar, M. E. (2003). Schema teraphy: A practitioner’s guide. New York: Guilford.

Downloads

Publicado

09-07-2020

Como Citar

de Morais Miranda, B., & Lima, A. C. R. de . (2020). A IDENTIFICAÇÃO DE PREJUÍZOS COGNITIVOS DECORRENTES DE ESTADOS EMOCIONAIS AVERSIVOS DEMONSTRADOS EM ESTUDOS EMPÍRICOS BRASILEIROS. Psicologia E Saúde Em Debate, 6(1), 256–271. https://doi.org/10.22289/2446-922X.V6N1A18

Edição

Seção

Estudo Teórico