O PROCESSO DE DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA DESDE DIFERENTES PERSPECTIVAS
DOI:
https://doi.org/10.22289/2446-922X.V8N1A17Palavras-chave:
Transtorno do espectro autista, Diagnóstico, DetecçãoResumo
As características multifatoriais que envolvem o TEA fazem desse um transtorno muito complexo e, em função disso, é necessário que as equipes interdisciplinares, compostas por diversos profissionais de várias áreas junto aos responsáveis das crianças com TEA, estejam coordenados para que a detecção, o diagnóstico e a intervenção sejam realizados prontamente. Deste modo, o estudo teve como objetivo analisar o processo que os profissionais (médicos, psicólogos, terapeutas, dentre outros) e a família percorrem para realizar o rastreio, detecção e diagnóstico do TEA. O estudo foi feito por meio de análise qualitativa de dados, a partir de entrevistas previamente estruturadas, efetuadas junto aos profissionais. A partir dos resultados, observou-se que muitos participantes ainda carecem de informações acerca do quadro clínico e terapêutico do TEA. Dentro dos próprios núcleos familiares, foi comum a divergência de opinião sobre o TEA. Além disso, percebeu-se que o luto que muitos pais apresentam frente ao diagnóstico está fortemente ligado ao medo do desconhecido e do julgamento de seus familiares e amigos, além da ideia de frustração acerca das expectativas projetadas no filho. Outrossim, a falta de um protocolo bem estabelecido no processo de investigação diagnóstica ainda é uma importante causa de diagnóstico tardio, gerando atraso nos estímulos multidisciplinares e no desenvolvimento dos pacientes. Por esta razão, é imprescindível que haja uma padronização neste processo, haja vista ainda haver muitas divergências em relação aos fatores analisados, como os sinais de alarme, idade ideal para fechar o diagnóstico, exames e testes a serem solicitados.
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