A MORTE E O MORRER: a reação dos profissionais enfermeiros

Autores

  • Karine Klaus Sociedade Educacional Três de Maio
  • Lissandra Baggio Sociedade Educacional Três de Maio (SETREM)

DOI:

https://doi.org/10.22289/2446-922X.V8N1A6

Palavras-chave:

Tanatologia, Morte, Enfermeiros

Resumo

Este trabalho parte do pressuposto que a morte é um fenômeno significativo para os que ficam, especialmente o profissional enfermeiro que se dedicou a dar assistência e prestar cuidados ao sujeito que morreu. É inevitável ao profissional enfermeiro – enquanto ser humano – não criar vínculo com seu paciente, especialmente se possui o dever de prestar assistência e cuidados a ele, pois para o cuidado com outrem se faz necessária a empatia. O estudo teve o objetivo de verificar qual a reação dos profissionais enfermeiros diante do processo de morrer e de morte de seus pacientes, compreender a concepção de morte dos enfermeiros e descrever os sentimentos despertados pelo fenômeno morte. Com relação aos aspectos metodológicos, trata-se de um estudo de caso múltiplo, qualitativo, de caráter exploratório. Participaram deste estudo dezesseis enfermeiros com pelo menos seis meses de atuação em unidades de terapia intensiva e unidades de emergência. Para coleta de dados foi utilizada uma entrevista semiestruturada e um instrumento de avaliação da ansiedade. Destaca-se que foram adotados todos os procedimentos éticos. O estudo demonstrou o uso da negação e racionalização como defesas psíquicas. Ficou evidenciada a angústia na comunicação da morte do paciente e a necessidade do apoio do serviço de psicologia. Sugeriu-se melhorias na graduação dos cursos de enfermagem e criação de espaços terapêuticos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lissandra Baggio, Sociedade Educacional Três de Maio (SETREM)

Possui graduação em Psicologia pela Universidade de Passo Fundo (1998), mestrado em Saúde Coletiva pela Universidade Luterana do Brasil (2007) e formação teórica em psicanálise pela Associação Psicanalítica de Porto Alegre(2007). Estuda os temas relacionados a psicanálise e saúde coletiva. Atualmente é coordenadora de estágios e docente dos cursos de psicologia e pedagogia da Sociedade Educacional Três de Maio (SETREM)

Referências

Alencar, S., Lacerda, M., Centa, M. (2005). Finitude Humana E Enfermagem: Reflexões Sobre O (Des)Cuidado Integral E Humanizado Ao Paciente E Seus Familiares Durante O Processo De Morrer. Família, Saúde e Desenvolvimento, 7(2). doi: http://dx.doi.org/10.5380/fsd.v7i2.8045

Ariès, P. (2012). História da morte no Ocidente: da Idade Média aos nossos dias. (P. V. de Siqueira, Trad.). Rio de Janeiro: Edição Especial de Bolso Saraiva. (Trabalho original publicado em 1977)

Botega, N. J. (2015). Crise Suicida. Avaliação e Manejo. Porto Alegre: Artmed.

Caregnato, R. C. A., Mutti, R. (2006). Pesquisa qualitativa: análise de discurso versus análise de conteúdo. Texto e contexto – enfermagem [on line]. (15)4, 679-684. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-07072006000400017

Cassorla, R. M. S. (2015). Abordagem em Psicodinâmica do Paciente Ansioso: Transtorno de Pânico Transtorno de Ansiedade Generalizada. In: Eizirick, C. L., Aguiar, R. W. de e Schestatsky, S. S. (org.) Psicoterapia de Orientação Analítica: Fundamentos Teóricos e Clínicos. (pp. 493-5112). Porto Alegre: Artmed.

D’Assumpção, E. A. (2011). Sobre o viver e o morrer. Manual de Tanatologia e Biotanatologia para os que partem e os que ficam. Petrópolis: Editora Vozes.

Goleman, D. Inteligência emocional. A teoria revolucionária que define o que é ser inteligente. (M. Santarrita, Trad). 74ª edição. Rio de Janeiro: Editora Objetiva.

Gil, A. C. (2017). Como elaborar projetos de pesquisa. 6ªed. São Paulo: Editora Atlas.

Kovacs, M. J. (2002). Morte e desenvolvimento humano. 4ª ed. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Kübler-Ross, E. (2003). O túnel e a luz: reflexões essenciais sobre a vida e a morte. (M. F. Lopes, Trad.). Campinas, SP: 4ª ed. Versus Editora. (Título original publicado em 1999).

Magalhães, M. V., Melo, S. C. de A. (2015). Morte Ee Luto: o sofrimento do profissional da saúde. Psicologia E Saúde Em Debate, 1(1), 65–77. Recuperado de http://psicodebate.dpgpsifpm.com.br/index.php/periodico/article/view/7

Mattos, T. de A. D., Lange, C., Cecagno, D., Amestoy, S. C., Thofehrn, M. B. e Millbrath, V. M. (2009). Profissionais de Enfermagem e o Processo de Morrer e Morte em uma Unidade de Terapia Intensiva. REME - Revista Mineira de Enfermagem, 13(3), 337-342, jul/set. Recuperado de http://reme.org.br/artigo/detalhes/197

Nucci, N. A. G. (2018) Educar para a morte: cuidar da vida. In: Fukumitsu, K. O. Vida, morte e luto. (pp. 62-74). São Paulo: Summus.

Oliveira, C. de, Nunes, M. F. O., Legal, E. J., Noronha, A. P. P. (2016). Bem-Estar Subjetivo: estudo de correlação com as Forças de Caráter. Avaliação Psicológica, 15(2), 177-185. Recuperado em 08 de novembro de 2021, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-04712016000200007&lng=pt&tlng=pt.

Oliveira, J. C., Felipe, B. C. M., Barbosa, G. de O., Santos, T. P, Viana, J. S. (2020). Reflexões sobre o suporte emocional do enfermeiro no processo de tanatologia. Brazilian Journal of Health Review. Curitiba, 3(3), p. 4566-4576, may/jun. Doi: https://doi.org/10.34119/bjhrv3n3-053

Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 2173, de 23 de novembro de 2017 (2017). Define os critérios do diagnóstico da morte encefálica. Brasília, DF. Recuperado em 13 de setembro de 2020 de https://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/carga20171205/19140504-resolucao-do-conselho-federal-de-medicina-2173-2017.pdf

Resolução do Conselho Nacional de Educação/Câmara Ensino Superior nº 03, de 07 de novembro de 2001 (2001). Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Brasília, DF. Recuperado em 29 de agosto de 2020 de http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES03.pdf

Resolução nº 466, 12 de dezembro de 2012 (2012). Institui diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília, DF. Recuperado em 21 de setembro de 2020 de https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf

Resolução nº 510, 7 de abril de 2016 (2016). Institui diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília, DF. Recuperado em 21 de setembro de 2020 de https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2016/res0510_07_04_2016.html

Ribeiro, M. C., Baraldi, S., Silva, M. J. P. da. (1998) A percepção da equipe de enfermagem em situação de morte: ritual do preparo do corpo "pós-morte". Revista da Escola de Enfermagem da USP [online]. 32(2), pp. 117-123. Doi: https://doi.org/10.1590/S0080-62341998000200004

Sadock, B. J., Sadock, V. A. (2007). Compêndio de Psiquiatria: Ciências do comportamento e psiquiatria clínica. Porto Alegre: Artmed.

Sancho Pereira Neto, H., Nunes Caixeta, B., Soares Melo, H. C., Antoniassi Junior, G. (2019). Promovendo Instituições Eficazes, Cenas Da Unidade De Terapia Intensiva: a morte e o morrer, sob o olhar do profissional de enfermagem. Psicologia E Saúde Em Debate, 5(1), 1–9. https://doi.org/10.22289/2446-922X.V5N1A1

Santos, F. S. (org.). (2007) A arte de morrer – Visões Plurais. Bragança Paulista: Comenius Editora.

Shimizu, H. E. (2007). Como os trabalhadores de enfermagem enfrentam o processo de morrer. Revista Brasileira de Enfermagem [online]. 60 (3), pp. 257-262, Doi: https://doi.org/10.1590/S0034-71672007000300002.

Silva, A. L. L. da, Ruiz, E. M. (2003). Cuidar, morte e morrer: significações para profissionais de Enfermagem. Estudos de Psicologia (Campinas) [online]. 20(1), pp. 15-25. Doi: https://doi.org/10.1590/S0103-166X2003000100002

Vandenbos, G. R. (organizador). (2015). Dicionário de Psicologia da APA. Porto Alegre: Artmed.

Yin, R. K. (2014). Estudo de Caso. Planejamento e Métodos. (D. Grassi, Trad.). 5ª ed. Porto Alegre: Bookman. (Título original publicado em 1984).

Downloads

Publicado

13-01-2022

Como Citar

Klaus, K., & Baggio, L. (2022). A MORTE E O MORRER: a reação dos profissionais enfermeiros. Psicologia E Saúde Em Debate, 8(1), 74–96. https://doi.org/10.22289/2446-922X.V8N1A6

Edição

Seção

Artigo original