ITINERÂNCIAS, ITINERÁRIOS E INTERAÇÕES SOCIAIS COMO DIRETIVAS NA CONSTRUÇÃO DO CASO CLÍNICO EM SAÚDE MENTAL
DOI:
https://doi.org/10.22289/2446-922X.V8N1A28Palavras-chave:
Saúde Mental, Acompanhamento Terapêutico, Interação Social, Serviços de Saúde MentalResumo
A cidade tem se constituído como espaço privilegiado para as práticas clínicas em saúde mental sustentadas pela lógica da inclusão, pelo estímulo à (re) construção das redes sociais e pela liberdade dos usuários para escolherem os próprios itinerários. Esta pesquisa, de abordagem qualitativa, cujo referencial teórico de base psicanalítica foi Carlo Viganò, teve como objetivo relatar e discutir a construção do caso clínico de um indivíduo que se encontrava internado no único instituto público de referência em atenção à crise localizado em Belo Horizonte, no período de cerca de oito meses, compreendido entre julho a novembro de 2017 (internação) e dezembro de 2017 a março de 2018 (acompanhamento pós-alta). As intervenções externas foram propostas sob o referencial da estratégia do Acompanhamento Terapêutico. Os resultados demonstraram a efetividade da proposta, na medida em que o usuário conseguiu fazer escolhas e realizar seu objetivo de morar em uma pensão e constituir nova rede social. Concluiu-se que as intervenções para estimular as interações sociais, no que se refere à apropriação dos espaços concretos e simbólicos da cidade, com a elaboração de novos mapas pelos usuários, devem ser endossadas pelos profissionais durante todo o tratamento e ainda após a alta.
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