EMPATIA E TRAÇOS DE PSICOPATIA NA ADOLESCÊNCIA: Um estudo correlacional
DOI:
https://doi.org/10.22289/2446-922X.V10N1A14Palavras-chave:
adolescentes, Psicometria, Comportamento antissocial, Desenvolvimento humanoResumo
O estudo investigou a adequação do PCL:YV para avaliação de adolescentes de escolas públicas que não se encontram em conflito com a lei. Além disso, procurou identificar o perfil sociodemográfico e, utilizando-se da avaliação psicológica, investigou a correlação entre os constructos das escalas EMRI e PCL:YV, como também a associação entre empatia e traços de psicopatia. A pesquisa averiguou se a escala PCL:YV é sensível a características antissociais em amostra comunitária de adolescentes na qual os participantes não apresentam transtornos mentais associados à psicopatia. A amostra foi composta por 40 alunos do sexo masculino de 3 escolas da rede estadual de um município do interior do Rio Grande do Sul, com idade entre 12 anos e 17 anos. A pesquisa consiste em um estudo transversal, descritivo e correlacional que procurou explorar relações que pudessem existir entre as variáveis das escalas utilizadas. A amostra aferiu pontuação baixa no inventário PCL:YV para características de traços de psicopatia, não afirmando diagnóstico de psicopatia na fase adulta, bem como pontuação alta para níveis de empatia. Os resultados do estudo revelaram que quanto menores os traços de psicopatia nos adolescentes, maiores os níveis de empatia.
Downloads
Referências
Aguiar, C. S., Formiga, N. S., & Cantinilo, A. (2017). Traços de personalidade e habilidades empáticas: Um estudo preditivo em estudantes de medicina. Boletim- Academia Paulista de Psicologia, 37(92), 129-138. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/bapp/v37n92/v37n92a10
Andrade, A. L. M., Bedendo, A., Enumo, S. R. F., & De Micheli, D. (2018). Desenvolvimento cerebral na adolescência: aspectos gerais e atualização. Adolescência e Saúde, 15(1),62-67. https://cdn.publisher.gn1.link/adolescenciaesaude.com/pdf/v15s1a08
Anjos, R. dos E., & Duarte, N. (2019). O cérebro adolescente e o processo biológico historicamente condicionado: contribuições da teoria histórico-cultural à educação escolar. Atos de Pesquisa em Educação, 14(2). https://proxy.furb.br/ojs/index.php/atosdepesquisa/article/view/7171
Azevedo, S. M. L., Mota, M. M. P. E., & Mettrau, M. B. (2018). Empatia: perfil da produção científica e medidas mais utilizadas em pesquisa. Estudos Interdisciplinares em Psicologia, 9(3), 03-23. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/eip/v9n3/a02
Brasil. (2016). Resolução nº 510/2016, 07 de abril de 2016. Dispõe sobre a ética de pesquisa com seres humanos. Conselho Nacional de Saúde. https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/Reso510
Castro, J. A. S. (2021). Rasgos Psicopáticos en una Muestra de Adolescentes de Cúcuta. [Dissertação de Mestrado, Universidad Santo Tomás Posgrados en psicología jurídica]. Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UST Colômbia. http://hdl.handle.net/11634/34840
Conselho Federal de Psicologia. (2022). Resolução n°. 23, de 13 de outubro de 2022. Institui condições para concessão e registro de psicóloga e psicólogo especialistas; reconhece as especialidades da Psicologia. Conselho Federal de Psicologia. Recuperado em 22 de out. 2022 de https://site.cfp.org.br/
Conselho Federal de Psicologia. (2012). Resolução n°. 010, de 26 de junho de 2012. Dispõe sobre a realização de pesquisa em Psicologia com seres humanos. Conselho Federal de Psicologia. Recuperado em 01 de ago. 2022 de https://site.cfp.org.br/
Costa, K. M. R., Moura, H. M., Nascimento, B. da S., Filho, L. G. F., Lino, M. R. B., & Gusmão, E. É. da S. (2020). Anti-social and criminal conduct: its relationship with identity with socionormative peers. Research, Society and Development, 9(2), 1-15. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9eu2.2213
Costa, N. S. T. (2020). Notas introdutórias acerca da discussão sobre a imputabilidade penal de adolescentes considerando as contribuições da neurociência. Revista do Instituto de Ciências Penais, 5(1), 87-114. https://doi.org/10.46274/1809-192XRICP2020v5p87-114
Davis, M. H. (1983). Measuring individual differences in empathy: evidence for a multidimensional approach. Journal of Personality and Social Psychology, 44(1), 113-126. https://doi.org/10.1037/0022-3514.44.1.113
Falcone, E. (1999). A avaliação de um programa de treinamento da empatia com universitários. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 1(1), 23-32. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-55451999000100003
Fernandes, A. O., & Monteiro, N. R. de. O. (2016). Comportamentos pró-sociais de adolescentes em acolhimento institucional. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 33,1-7, 2016. http://dx.doi.org/10.1590/0102.3772e3331
Fernandez, Y. M., & Marshall, W. L. (2003). Victim empathy, social self-esteem, and psychopathy in rapists. Sexual Abuse. A Journal of Research and Treatment, 15(1), 11-26. https://doi.org/10.1177/107906320301500102
Formiga, N. S., Rique, J., Galvão, L., Camino, C., Mathias, A., & Medeiros, F. et al. (2011). Escala multidimensional de reatividade interpessoal - EMRI: consistência estrutural da versão reduzida. Revista de Psicologia Trujillo, 13(2), 188-198.
https://revistas.ucv.edu.pe/index.php/revpsi/article/download/652/627
Forth, A. E., Kosson, D. S., Hare, R. D. (2003). Hare Psychopathy Checklist: Youth version manual. (1 ed., 2010. Gauer, G. J. C., Dias, A. V., Vasconcellos, S. J. L., Jorge, H. Z., Fontanella, B. T., trad. 2010). Multi-Health Systems.
Gauer, G. J. C., Vasconcellos, S. J. L., & Werlang, B. G. (2006). Inventário de psicopatia de Hare: versão jovens (PCL: YV). Multi-Health Systems Inc.
Gauer, G. J. C., Davoglio, T. R., & Vasconcellos, S. J. L. (2012). Avaliação de traços antissociais em adolescentes: perspectivas atuais. In: Gauer, G. J. C., Vasconcellos, S. J. L., & Davoglio, T. R. (orgs.). Adolescentes em conflito: violência, funcionamento antissocial e traços de psicopatia (pp. 35-52). Casa do Psicólogo.
Gauer, G. J. C., Davoglio, T. R., & Tolotti, M. D. (2012). Comportamentos antissociais e questões diagnósticas: a propósito de um caso. In: Gauer, G. J. C., Vasconcellos, S. J. L., & Davoglio, T. R. (orgs.). Adolescentes em conflito: violência, funcionamento antissocial e traços de psicopatia (pp. 127-146). Casa do Psicólogo.
Galinari, L. S., Vicari, I. D. A., & Bazon, M. R. (2019). Fatores associados ao cometimento de atos infracionais na adolescência. PSICO, 50(4), 12-31. https://doi.org/10.15448/1980-8623.2019.4.34094
Goleman, D. (1995). Inteligência emocional (14a ed.). Objetiva.
Gutiérrez, A., Wiese, R., Castillo, J., & Folino, J. O. (2012). Avaliação das características psicométricas da versão argentina do Hare Psychopathy Checklist: Youth Version. Rev. Arg. de Psiquiat, Argentina, 23(103), 180-187. https://www.researchgate.net/publication/233397504_Evaluation_of_psychometric_characteristics_of_the_Argentinean_version_of_the_Hare_Psychopathy_Checklist_Youth_Version
Jahoda, G. (2005). Theodor Lipps and the shift from "sympathy" to "empathy”. Journal of the history of the behavioral sciences, 41(2), 151-163. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15812816/
Koller, S. H., Camino, C., & Ribeiro, J. (2001). Adaptação e validação interna de duas escalas de empatia para uso no Brasil. Rev. Estudos de Psicologia, 18(3), 43-53. https://doi.org/10.1590/S0103-166X2001000300004
Kievit, R. A., McCormick, E. M., Fuhrmann, D., Deserno, M. K., Orben, A. (2022). Using large, publicly available data sets to study adolescent development: opportunities and challenges. Current Opinion in Psychology, 44, 303-308. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2352250X21001950?via%3Dihub
Maurer, M., Tirrell, P. S., Anderson, N., Rodriguez, S. N., Caldwell, M. F., Rybroek, G. J. V., & Kiehl, K. A. (2021). Dimensions of impulsivity related to psychopathic traits and homicidal behavior among incarcerated male youth offenders. Psychiatry Research, 303(114094). https://doi.org/10.1016/j.psychres.2021.114094
Monte, F. F. de C. (2021). Relações entre empatia e atos infracionais cometidos por adolescentes. Conedu: Escola em Tempos de Conexôes, 6(3), 1579-1589. https://editorarealize.com.br
Morgado, A. M. (2019). O comportamento antissocial na adolescência: continuidades e descontinuidades da transgressão à delinquência. Revista de Psicologia da Criança e do Adolescente, 10(2), 87-103. https://doi.org/10.34628/0bgj-dn29
Nardi, F. L., Filho, N. H., & Dell’Aglio, D. D. (2016). Preditores do comportamento antissocial em adolescentes. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 32(1), 63-70. https://doi.org/10.1590/0102-37722016011651063070
Nóbrega, A. L. M. A. (2018). Cérebro Adolescente e Responsabilidade Penal – das neurociências para o direito, uma falácia? [Dissertação de Mestrado Científico em Ciências Jurídico-Criminais, Universidade de Lisboa]. Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade de Lisboa - Portugal. https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/39344/1/ulfd139096_tese
Orben, A., Tomova, L., & Blakemore, S. J. (2020). The effects of social deprivation on adolescent development and mental health. Viewpoint, 4(8), 634-640. https://doi.org/10.1016/S2352-4642(20)30186-3
Paula, J. T., Sardinha, L. S., & Lemos, V. de A. (2019). A personalidade do psicopata que comete assassinatos em série. Dialogos interdisciplinares, 8(8),39-48. https://revistas.brazcubas.br/index.php/dialogos/article/view/798/806
Perini, C. C., Paris, E. S. da C., Beltrão, M. R., Corradi, M. I., Martín, R. M., & Serna, J. M. G. (2022). Empatia em estudantes e profissionais de saúde: análise fatorial da Escala Multidimensional de Reatividade Interpessoal. Research, Society and Development, 11(3), 1-11. https://doi.org/10.33448/rsd-v11i3.26816
Prioste, A., Tavares, P., & Magalhães, E. (2019). Tipologias de funcionamento familiar: Do desenvolvimento identitário à perturbação emocional na adolescência e adultez emergente. Análise Psicológica, 2, 173-192. https://repositorio.ispa.pt/handle/10400.12/7108
Reis, A. H. (2017). Impulsividade, delinquência e comportamento disruptivo: intervenção na adolescência. In Neufeld, C. B. (Orgs.), Terapia Cognitivo-Comportamental para Adolescentes: Uma Perspectiva Transdiagnóstica e Desenvolvimental. (188-214). Artmed.
Rodrigues, A., Assmar, E. M. L., & Jablonski, B. (2015). Psicologia social. Vozes.
Ronchetti, R., Davoglio, T. R., Silva, R. S., Vasconcellos, S. J. L, & Gauer, G. J. C. (2010). Inventário de Psicopatia de Hare Versão Jovens (PCL:YV): Estudo Preliminar em Amostra Adolescente Brasileira. Interamerican Journal of Psychology, 44(3), 540-546. https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=28420658017
Ronchetti, R. (2009). Estudo de Revisão e Fidedignidade do Inventário de Psicopatia de Hare: Versão Jovens (PCL: YV). [Dissertação de Mestrado Científico, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul]. Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC-RS. https://repositorio.pucrs.br/dspace/handle/10923/5006
Sehn, A. S., Porta, D. D. Santos, S. S. & Dias, A. C. G. (2016). Fatores de risco na vida de adolescentes portugueses em conflito com a lei. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 16(20), 568-589, 2016. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/epp/v16n2/n16a15.pdf
Serokhvostova, A. I., Molinuevo, B., Gonzalez, L., Hilterman, E. L. B., Pardo, Y. Guardiola, V. P., Bonillo, A., Batalla, I., Torrubia, R., & Forth, A. (2022). Psychometric properties of the Spanish version of the Psychopathy Checklist: Youth Version. Current Psychology, 01-17. https://doi.org/10.1007/s12144-022-03208-6
Silveira, K. S. da S., Zappe, J. G., & Dias, A. C. G. (2015). Correlatos dos comportamentos antissociais limitados à adolescência e dos comportamentos antissociais persistentes. Psicologia em Estudo, 20(3), 425-436. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v20i3.28100
Soares, A., Ribeiro, J. L. P., & Silva, I. (2018). Recursos do Desenvolvimento na Adolescência: Revisão Integrativa. Ciências Psicológicas, 12(1), 45-57. https://doi.org/10.22235/cp.v12i1.1594
Studzinski, N. G. (2016). Fatores de vulnerabilidade que influenciam a conduta infracional na adolescência: uma revisão. Revista Brasileira de Adolescência e Conflitualidade, 15, 62-69. https://seer.pgsskroton.com/adolescencia/article/view/4005
Vasconcellos, S. J. L., Silva, R. S., & Giongo, M. M. (2012) Bullying e traços de psicopatia na adolescência: considerações jurídicas e sociais sobre o tema. In: GAUER, Gabriel José Chittó; Vasconcellos, S. J. L., & Davoglio, T. R. (org.). Adolescentes em conflito: violência, funcionamento antissocial e traços de psicopatia. Casa do Psicólogo, 97-114.
Vasconcellos, S. J. L. (2014). O bem, o mal e as ciências da mente. Do que são constituídos os psicopatas. Ícone.
Zappe, J. G., Alves, C. F., & Dell’Aglio. D. D. (2018). Comportamentos de risco na adolescência: revisão sistemática de estudos empíricos. Psicologia em Revista, 24(1), 79-100. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/per/v24n1/v24n1a06.pdf
Zúñiga, D., Vinet, E. V., & León, E. (2011). Psychometric Characterization of the Psychopathy Checklist: Youth Version (PCL:YV) in Chilean Adolescents. Terapia Psicológica, 29 (1), 25-31. https://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0718-48082011000100003&tlng=en
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Psicologia e Saúde em debate
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os autores declaram que participaram na elaboração do manuscrito em questão, e que o citado manuscrito é original e não foi previamente publicado em parte ou no todo e que nenhum outro manuscrito similar sob autoria dos mesmos está publicado ou em análise por outro periódico seja impresso ou eletrônico. Declaram ainda, que não violaram nem infringiram nenhum copyright ou nenhum outro tipo de direito de propriedade de outras pessoas, e que todas as citações no texto são fatos verdadeiros ou baseados em pesquisas de exatidão cientificamente considerável. Os autores comprometem, quando solicitado, a fornecer informações aos editores a respeito dos dados deste manuscrito.
A revista segue o padrão Creative Commons (BY NC ND), que permite o remixe, adaptação e criação de obras derivadas do original, mesmo para fins comerciais. As novas obras devem conter menção ao(s) autor(es) nos créditos. O site utiliza o Open Journal Systems, sistema de código livre gratuito para a administração e a publicação de revistas desenvolvido com suporte e distribuição pelo Public Knowledge Project sob a licença GNU General Public License.