TRANSTORNO DEPRESSIVO E DOENÇA FALCIFORME: O estado da arte

Autores

  • Laura Carvalho de Camargo Universidade Federal de Goiás https://orcid.org/0000-0001-8951-3002
  • Natália Carvalho de Camargo Universidade Federal de Goiás
  • Luiz Henrique Alves Costa Universidade Federal de Goiás
  • Julia Bettencourt Lucena Instituto Aphonsiano de Ensino Superior
  • Maria Sebastiana Silva Universidade Federal de Goiás https://orcid.org/0000-0001-7265-5872
  • Romes Bittencourt Nogueira de Sousa Universidade Federal de Goiás https://orcid.org/0000-0002-5913-712X

DOI:

https://doi.org/10.22289/2446-922X.V10N1A11

Palavras-chave:

hematologia, fisiopatologia, transtornos afetivos, depressão

Resumo

A conexão entre a doença falciforme e a depressão, embora crucial, é ainda um campo insuficientemente explorado, clamando por uma investigação mais aprofundada. Este cenário de saúde, eminentemente preocupante, demanda uma atenção mais especializada por parte dos profissionais do setor. O presente estudo visa minuciosamente analisar a relação entre a doença falciforme e a depressão, aprofundando no estado da arte desta temática, incorporando fontes como artigos, livros, dissertações e teses. Indivíduos portadores da doença falciforme apresentam uma propensão a níveis elevados de depressão em comparação com a população em geral. Adicionalmente, foi observado que pacientes com a doença falciforme e depressãoenfrentam uma intensificação da dor em relação aos seus pares sem depressão, sugerindo uma correlação intrínseca entre a dor e ambas as condições. A análise aprofundada da fisiopatologia tanto da doença falciforme quanto da depressão desempenhou um papel fundamental na compreensão dessa inter-relação. Conclui-se que a qualidade de vida desses indivíduos está comprometida, não apenas nos aspectos fisiopatológicos, mas também nas esferas da saúde mental, destacando um aumento significativo da morbidade associado à presença da depressão. Nesse contexto, a busca por assistência médica se revela crucial para mitigar os impactos na saúde mental dos portadores da doença falciforme, reforçando a necessidade de uma abordagem holística e integrada para melhorar substancialmente sua qualidade de vida.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Adam, S. S., et al. (2017). Depression, quality of life, and medical resource utilization in sickle cell disease. Blood Advances, 1(23), 1983-1992. https://doi.org/10.1182/bloodadvances.2017006940.

Al-Marzouki, A. F., et al. (2021). The Prevalence of Depression and Anxiety Among Sickle Cell Disease Patients in King Abdulaziz University Hospital. Cureus, 13(9), 1-7. https://doi.org/10.7759/cureus.18374.

Almeida, R. A., & Beretta, A. L. R. Z. (2017). Anemia Falciforme e abordagem laboratorial: uma breve revisão de literatura. Revista Brasileira de Análises Clínicas, 49(2), 131-134. https://doi.org/10.21877/2448-3877.201700530.

Anie, K. A. (2005). Psychological complications in sickle cell disease. British Journal of Haematology, 129(6), 723-729. https://doi.org/10.1111/j.1365-2141.2005.05500.x.

ANVISA. (2002). Manual de Diagnóstico e Tratamento de Doença Falciformes (1ª ed.). ANVISA.

Alsalman, M., et al. (2022). Depression among Patients with Sickle Cell Disease: Prevalence and Prediction. Nigerian Journal of Clinical Practice, 25(8), 1274-1278. https://doi.org/10.4103/njcp.njcp_50_22.

Alsubaie, S. S., et al. (2018). Prevalence of depression among adults with sickle cell disease in the Southern Region of Saudi Arabia. Pakistan Journal of Medical Sciences, 34(4), 929-933. https://doi.org/10.12669/pjms.344.14760.

Azevedo, J. T. C. (2018). Perfis Imunológico e Hematológico de Pacientes com Doença Falciforme Tratados com Transplante Alogênico de Células-Tronco Hematopoéticas [Tese de Doutorado, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto]. https://teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17147/tde-14112019-123958/pt-br.php.

Bartolucci, P., & Lionnet, F. (2014). Chronic complications of sickle cell disease. La Revue Du Praticien, 64(8), 1120-1126. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25510140/

Bastos, T. C. N. B. (2011). A Neurobiologia da Depressão. [Dissertação de Mestrado,Faculdade de Medicina da Universidade do Porto]. https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/53466/2/Neurobiologia%20da%20Depresso.pdf

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada. (2013). Doença Falciforme: Condutas Básicas para Tratamento (1ª ed.). Ministério da Saúde.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada. (2007). Manual da Anemia Falciforme para a População (1ª ed.). Editora do Ministério da Saúde.

Canale, A., & Furlan, M. M. D. P. (2006). Depressão. Arquivos do MUDI, 10(2), 23-31.

Costa, F. F., Conran, N., & Fertrin, K. Y. (2013). Anemia Falciforme. In: M. A. Zago (Org.). Tratado de Hematologia. Editora Atheneu.

Costa, Patrícia Maria da Silva, et al. (2020). Influência da depressão na competência leitora em estudantes de psicologia. Psicologia e Saúde em Debate, 6(2), 148-161. https://doi.org/10.22289/2446-922X.V6N2A11.

Felix, A. A., Souza, H. M., & Ribeiro, S. B. F. (2010). Aspectos epidemiológicos e sociais da doença falciforme. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, 32(3), 2032-208. https://www.scielo.br/j/rbhh/a/7pwgXvkPMzF5fr8SYhWc8Sw/abstract/?lang=pt

Gusmão, R. O. M., et al. (2021). Depressão em pacientes atendidos em serviço de saúde mental: fatores associados e diagnósticos de enfermagem. SMAD, Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas, 17(2), 44-53. https://doi.org/10.11606/issn.1806-6976.smad.2021.171786.

Hasan, S. P., et al. (2003). Depression in Sickle Cell Disease. Journal of the National Medical Association, 95(7), 533-538.

Jerrell, J. M., Tripathi, A., & McIntyre, R. S. (2011). Prevalence and Treatment of Depression in Children and Adolescents with Sickle Cell Disease: A Retrospective Cohort Study. The Primary Care Companion for CNS Disorders, 13(2), e1-e7. https://doi.org/10.4088/PCC.10m01063.

Katz, T., &Schatz, J. C. (2014). Overlapping Biological Mechanisms Underlying Sickle Cell Disease, Stress, and Depression: A Stress-Vulnerability Framework. Harvard Review of Psychiatry, 22(4), 205-215. https://doi.org/10.1097/HRP.0000000000000022.

Lafer, B., & Vallada Filho, H. P. (1999). Genética e fisiopatologia dos transtornos depressivos. Brazilian Journal of Psychiatry, 21, 12-17.

Leão, A. M., et al. (2018). Prevalência e Fatores Associados à Depressão e Ansiedade entre Estudantes Universitários da Área da Saúde de um Grande Centro Urbano do Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Educação Médica, 42(4), 55-65. https://doi.org/10.1590/1981-52712015v42n4RB20180092.

Manfredini, V., et al. (2007). A Fisiopatologia da Anemia Falciforme. Rev. Infarma, 19(1/2), 3-6.

Mastandrèa, E. B. (2015). The relationship between genotype, psychiatric symptoms and quality of life in adult patients with sickle cell disease in São Paulo, Brazil: a cross-sectional study. São Paulo Medical Journal, 133(5), 421-427. https://doi.org/10.1590/1516-3180.2015.00171105

Moreno, R. (2016). Temas em Psiquiatria: Depressão. Instituto de Psiquiatria da USP. Laboratório de Neurociências LIM-27.

Nogueira, K. D. A., Silva, W. D. L. da, & Paiva, S. G. (2013). Diagnóstico Laboratorial da Anemia Falciforme. Rev. Científica do ITPAC, 6(4), 1-5. https://assets.unitpac.com.br/arquivos/revista/64/2.pdf

Onyeaka, H. K., et al. (2019). Impact of Depression in Sickle Cell Disease Hospitalization-Related Outcomes: An Analysis of the National Inpatient Sample (NIS). Medicina, 55(7), 1-8. 10.3390/medicina55070385.

Organização Mundial da Saúde. (2019). Depressão. Organização Pan-Americana de Saúde.

Pecker, L. H., & Darbari, D. S. (2019). Psychosocial and affective comorbidities in sickle cell disease. Neuroscience Letters, 705, 1-6. https://doi.org/10.1016/j.neulet.2019.04.011.

Perito, M. E. S., & Fortunato, J. J. (2012). Marcadores Biológicos da Depressão: Uma Revisão Sobre a Expressão de Fatores Neurotróficos. Revista Neurociências, 20(4), 597-603. https://doi.org/10.34024/rnc.2012.v20.8235.

Raji, S. O., Lawani, A. O., & James, B. O. (2016). Prevalence and correlates of major depression among Nigerian adults with sickle cell disease. The International Journal of Psychiatry in Medicine, 51(5), 456-466. https://doi.org/10.1177/0091217416680839.

Rzezak, P., Antunes, H. K. M., & Mello, M. T. (2013). Transtornos do Humor e o Exercício Físico. In: Mello, Marco Túlio de.Psicobiologia do Exercício. Editora Atheneu.

Santos, J.F. (2016). A Influência da Serotonina na fisiologia da depressão. [Dissertação de Mestrado, Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz]. https://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/17615

Simões, B. P., et al. (2010). Consenso Brasileiro em Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas: Comitê de Hemoglobinopatias. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, 32(1), 46-53. https://doi.org/10.1590/S1516-84842010005000020.

Teng, C. T., Humes, E. C., & Demetrio, F. N. (2005). Depressão e comorbidades clínicas. Revista de Psiquiatria Clínica, 32(3), 149-159. https://doi.org/10.1590/S0101-60832005000300007.

Thomson, A. M., et al. (2023). Global, regional, and national prevalence and mortality burden of sickle cell disease, 2000–2021: a systematic analysis from the Global Burden of Disease Study 2021. Lancet Haematol, 10, e585- e599. https://doi.org/10.1016/S2352-3026(23)00118-7.

Thompson, M. W., McInnes, R. R., & Willard, H. F. (1993). As hemoglobinopatias: Modelos de Doença Molecular. In: Thompson, M. W., McInnes, R. R., & Willard, H. F. (org.). Thompson e Thompson Genética Médica. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 169-185.

Toumi, M. L., Merzoug, S., & Boulassel, M. R. (2018). Does sickle cell disease have a psychosomatic component? A particular focusonanxietyanddepression. Life sciences, 210, 96-105. https://doi.org/10.1016/j.lfs.2018.08.066.

Wallen, G. R., et al. (2014). Sleep disturbance, depression and pain in adults with sickle cell disease. BMC psychiatry, 14(207), 1-8. https://doi.org/10.1186/1471-244X-14-207.

Zago, M. A., & Pinto, A. C. S. (2007). Fisiopatologia das doenças falciformes: da mutação genética à insuficiência de múltiplos órgãos. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, 29(3), 207-214. https://doi.org/doi.org/10.1590/S1516-84842007000300003.

Downloads

Publicado

11-06-2024

Como Citar

Carvalho de Camargo, L., Carvalho de Camargo, N., Alves Costa, L. H., Bettencourt Lucena, J., Silva, M. S., & Bittencourt Nogueira de Sousa, R. (2024). TRANSTORNO DEPRESSIVO E DOENÇA FALCIFORME: O estado da arte. Psicologia E Saúde Em Debate, 10(1), 174–190. https://doi.org/10.22289/2446-922X.V10N1A11

Edição

Seção

Estudo Teórico