MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL: Concepções, mudanças e dificuldades de profissionais da atenção básica
DOI:
https://doi.org/10.22289/2446-922X.V10N1A12Palavras-chave:
Serviço de Saúde Mental, Apoio Matricial, Atenção BásicaResumo
Objetivou-se analisar as concepções dos profissionais das equipes da Atenção Básica de um município do sudeste do Brasil, sobre o matriciamento em saúde mental. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e submetidos à técnica de análise de conteúdo. Ao total, participaram da pesquisa seis profissionais de diferentes categorias. Os resultados demonstraram que o matriciamento é apresentado por algumas equipes de referência como uma estratégia favorável à melhoria da atenção em saúde mental e por outras como uma proposta com baixa resolutividade, que acabou por se reverter em aparato de fiscalização e de ampliação do poder dos especialistas. Destaca-se a necessidade de promover a regularidade dos encontros produtivos de matriciamento, fomentando essa estratégia na direção da promoção à saúde e da desinstitucionalização, por sua capacidade em abranger a Atenção Básica nas discussões e ações em torno da Reforma Psiquiátrica.
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