ZOONOSES E MONITORAMENTO SENTINELA DA CINOMOSE COMO ESTRATÉGIA DE SAÚDE ÚNICA NO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE FIGUEIREDO-AM
DOI:
https://doi.org/10.22289/2446-922X.V8N2A3Palavras-chave:
cães, Lyssavirus, Saúde Pública, Saúde únicaResumo
Muitos patógenos podem infectar o homem e os animais. O presente estudo tem como objetivo analisar a frequência de casos notificados de zoonoses em humanos e casos confirmados de cinomose canina no município de Presidente Figueiredo por meio da extração de informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde (SINAN) e dos relatórios de investigação epidemiológica de surtos produzidos pela sala de vigilância em saúde do Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura Municipal de Presidente Figueiredo-AM no período 2017-2020. No estado do Amazonas, no período analisado foram evidenciados casos notificados de Raiva, Leishmaniose Visceral, Leishmaniose Tegumentar, Leptospirose, Febre Maculosa, Hantavirose, e Doença de Chagas Aguda. No Município de Presidente Figueiredo somente foram notificadas as zoonoses Leishmaniose Tegumentar e Leptospirose, e ocorreu um surto de cinomose no ano de 2020, que acometeu 17 animais e expôs mais 10 animais susceptíveis à infecção. Durante o surto de doença com sinais neurológicos em cães no município os técnicos da vigilância epidemiológica promoveram uma investigação epidemiológica, a análise clínica e laboratorial dos animais acometidos e concluíram com base nos dados e resultados se tratar de um surto de cinomose. Portanto, há ocorrência do vírus da cinomose nos cães do município de Presidente Figueiredo, e embora os casos neurológicos em cães não tenham sido detectados como decorrentes da infecção pelo vírus rábico, ressalta-se o trabalho constante de vigilância e investigação como essenciais para assegurar a saúde única no município, tendo em vista o diagnóstico diferencial da raiva.
Downloads
Referências
Barbosa, T.S., Vieira, R.F.C., Viol, M.A., Soeiro, C.S., Bomfim, S.R.M., & Ciarlini, P.C. (2011). Avaliação laboratorial da cinomose canina – estudo retrospectivo de 25 casos
no município de Araçatuba, SP. Revista de Ciências Agroveterinárias, 10(2), 113-118. Recuperado em 20 agosto, 2022 de https://www.revistas.udesc.br/index.php/agrovete
rinaria/article/view/5274
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de Diagnóstico Laboratorial da Raiva. Brasília: Departamento de Vigilância Epidemiológica, 2008. Recuperado em 12 agosto, 2022 de https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/m
anual_diagnostico_laboratorial_raiva.pdf
Brito, H.F.V., Corat, M.A.F., Santos, M.R., Gilioli, R., Passos, L.A.C., Lancellotti, M.,
Ferreira, F., & Min, L.L. (2010). Tratamento de sequelas neurológicas em cães, causadas por infecção pelo vírus da cinomose, através do transplante alogênico de células mononucleares de medula óssea. Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária Pequenos Animais, 8(24). 27-29, 2010.
Carvalho, A.J.M., Honsho, C.S., Jorge, A.T., Barros, J.C., Honsho, D.K., Pereira, L.F., Dias, L.G.G.G., & Dias, F.G.G. (2016). Comprometimento oronasal decorrente da cinomose canina. Investigação, 15(7), 66-71. Recuperado em 01 agosto, 2022 de https://doi.org/10.26843/investigacao.v15i7.1483
Crivellentin, L. Z. & Borin-Crivelletin, S. (2015). Casos de rotina em medicina veterinária de pequenos animais. São Paulo: Editora MedVet, 2015.
Cubas, Z. S., Silva, J. C. R., & Dias, J. L. C. (2014). Tratado de animais selvagens: Medicina Veterinária. São Paulo: Editora GEN/Roca.
Dias, M.B.M.C., Lima, E.R., Fukahori, F.L.P., Silva, V.C.L., & Rego, M.S.A. (2012). Cinomose Canina. Medicina Veterinária, 6(4), 32-40. Recuperado em 10 julho, 2022 de http://www.journals.ufrpe.br/index.php/medicinaveterinaria/article/view/610
Duarte, N.F.H., Pires-Neto, R.J., Viana, V.F., Feijão, L.X., Alencar, C.H., & Heukelbach, J. (2021). Clinical Aspects of human rabies in the stete of Ceará, Brazil: an overview of 63 cases. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 54(1), 1-8, e104-2021. Recuperado em 10 julho, 2022 de https://doi.org/10.1590/0037-8682-0104-2021
Ellwanger, J.H., Kulmann-Leal, B., Kaminski, V.L., Valverde-Villegas, J.M., Veiga, A.B.G., Spilki, F.R., Fearnside, P.M., Caesar, L., Giatti, L.L., Wallau, G.L., Almeida, S.E.M., Borba, M.R., Da Hora V.P., & Chies, J.A.B. (2022). Beyond diversity loss and climate change: Impacts of Amazon deforestation on infectious diseases and public health. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 92(1), 1-33, e20191375. Recuperado em 20 julho, 2022 de https://doi.org/10.1590/0001-3765202020191375
Genaro, G. (2010). Gato doméstico: futuro desafio para controle da raiva em áreas urbanas? Pesquisa Veterinária Brasileira, 30(2), 186-189. Recuperado em 03 julho, 2022 de https://doi.org/10.1590/S0100-736X2010000200015
Gompper, M.E. (2014). Free-Ranging Dogs and Wildlife Conservation. Oxford, United Kingdom: Oxford University Press.
Guerra, J.A.O., Ribeiro J.A.S., Coelho, L.I.A.R.C., Barbosa, M.G.V., & Paes, M.G. (2006). Epidemiologia da leishmaniose tegumentar na Comunidade São João, Manaus, Amazonas, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 22(11), 2319-2327. Recuperado em 01 junho, 2022 de https://doi.org/10.1590/S0102-311X2006001100006
Jones, K.E., Patel, N.G., Levy, M.A., Storeygard, A., Balk, D., Gittleman, J.L., & Daszak, P. (2008). Global trends in emerging infectious diseases. Nature, 451, 990-993. Recuperado em 17 junho, 2022 de https://doi.org/10.1038/nature06536
Kmetiuk, L.N.B., Constantino, C., Morikawa, V. M., & Biondo, A.W. (2017). Cães como sentinelas na Saúde Única. Clínica Veterinária, 128, 28-32.
Marcolongo-Pereira, C., Sallis, E.S.V., Grecco, F.B., Raffi, M.B., Soares M.P., & Schild, A.L. (2011). Rabies in cattle in southern Rio Grande do Sul: Epidemiology and immunohistochemistry diagnosis. Pesquisa Veterinária Brasileira, 31(4), 331-335. Recuperado em 21 junho, 2022 de https://doi.org/10.1590/S0100-736X2011000400010
Mazet, J. A. &Johnson, C. K. (2011). Approaching Health Problems at the Wildlife– Domestic Animal Interface. In: Miller, R.E. & Fowler, M.E. Zoo and Wild Animal Medicine Current Therapy. St. Louis: Elsevier Saunders.
Merchán-Hamann, E. (1997). Diagnóstico macrorregional da situação das endemias das Regiões Norte e Nordeste. Informe Epidemiológico do SUS, 6(3). 43-114. Recuperado em 21 junho, 2022 de http://dx.doi.org/10.5123/S0104-16731997000300007
Merlo, D. N., Silva, R. L. C., Rocha, V. E. S., Oliveira, B. C. R., Firmino, F. P., & Santos, J. F. (2021). Educação em saúde para prevenção da raiva humana. Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da UNIPAR, 24(1), 1-6. Recuperado em 21 junho, 2022 de https://doi.org/10.25110/arqvet.v24i1cont.2021.8182
Mialhe, P.J., Moschini, L.E., & Piga, F.G. (2022). Análise quantitativa da receptividade a presença de abrigos de morcegos hematófagos Desmodus rotundus no Município de São Pedro-SP. Veterinária e Zootecnia, 29, 1-15. Recuperado em 15 julho, 2022 de https://doi.org/10.35172/rvz.2022.v29.686
Molinari, D.C., & Carvalho, D.P. (2019). Neotectônica no Amazonas: Análise geomorfológica-geológica na BR 174. Confins, 43, 1-15, 2019. Recuperado em 16 julho, 2022 de https://doi.org/10.4000/confins.25146
Nava, A., Shimabukuro, J.S., Chmura, A. A., & Luz, S.L.B. (2017). The impact of global environmental changes on infectious disease emergence with a focus on risks for brazil. ILAR Journal, 58(3), 393-400. Recuperado em 06 julho, 2022 de https://doi.org/10.1093/ilar/ilx034
Negrão, G.N. & Ferreira, M.E.M.C. (2014). Considerações sobre a leishmaniose tegumentar Americana e sua expansão no território brasileiro. Revista Percurso, 6(1), 147-168. Recuperado em 16 agosto, 2022 de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/
Percurso/article/view/49452
Nelson, R. W. & Couto, C. G. (2015). Medicina interna de pequenos animais. Rio de Janeiro: Elsevier.
Oie. World Organization for Animal Health. (2009). One World, One Health. Paris: World Organization for Animal Health. Recuperado em 20 abril, 2022, de https://www.oie.int/en/for-the-media/editorials/detail/article/one-world-one-health/
Pajot, F.X., Le Pont, F., Gentile, B., & Besnard, R. (1982). Epidemiology of leishmaniasis in French Guiana. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, 76, 112 -113. Recuperado em 20 maio, 2022, de https://doi.org/10.1016/0035-9203(82)90033-5
Pereira, M.C., Rocha, J.R., & Mengue, V.P. (2010). Comparação de índices e espacialização da cobertura vegetal arbórea dos bairros centro de duas metrópoles brasileiras: Belo Horizonte e Porto Alegre. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, 5(1), 106-125. Recuperado em 20 maio, 2022, de http://dx.doi.org/10.5380/revsbau.v5i1.66245
Presidente Figueiredo. Secretaria Municipal de Saúde. Centro de Controle de Zoonoses. (2020). Relatório de Vigilância Epidemiológica – 2020. Presidente Figueiredo: Sala de Vigilância em Saúde.
Racloz, V., Griot, C., & Stärk, K.D. (2006). Sentinel surveillance systems with special focus on vector-borne diseases. Animal Health Research Review, 7(1-2), 71-79. Recuperado em 20 maio, 2022, de https://doi.org/10.1017/S1466252307001120.
Rupprecht, C.E., Fooks, A.R., Abela-Ridder, B. (2018). Laboratory techniques in rabies. Geneva: World Health Organization.
Schmidt, P.L. (2009). Companion animals as sentinels for public health. The Veterinary Clinics of North America: Small Animal- Practice, 39(2), 241-250. Recuperado em 20 maio, 2022, de https://doi.org/10.1016/j.cvsm.2008.10.010
Schneider, M.C., Aguilera, X.P., Smith, R.M,. Moynihan, M.J., Silva, J.B.; Aldighieri, S., & Almiron, M. (2011). Importance of animal/human health interface in potential public health emergencies of international concern in the Americas. Revista Panamericana de Salud Pública, 29(3), 371-379. Recuperado em 23 maio, 2022, de https://doi.org/10.1590/s1020-49892011000500011.
Schweigert, A., Cavalheri, V.M., Fernandes, R.R., & Gebara, C.M.S. (2008). Frequência de corpúsculos de inclusão de lentz em células sanguíneas e oculares de cães suspeitos de cinomose atendidos no Hospital Veterinário da Faculdade Integrado de Campo Mourão-PR. Campo Digital, 1(2), 90-92.
Silva, L.H., Morinishi, C.K., & Nunes, C.M. (2004). Diagnóstico Diferencial entre a Raiva e a Cinomose Canina em Amostras de Cérebro de Cães Examinadas no Período de 1998 A 2001 na Região de Araçatuba, SP, Brasil. Arquivos do Instituto Biológico, 71(3), 317-321.
Silva, J.A.C. & Silva, M.F. (2008). Estudos florísticos no município de Presidente Figueiredo, Amazonas, Brasil – II: famílias Myristicaceae, Siparunaceae e Monimiaceae. Acta Amazonica, 38(2), 207-212. Recuperado em 30 maio, 2022, de https://doi.org/10.1590/S0044-59672008000200003
Silva, G.A., Araújo, E.K.D., Leite, A.G.M., Alencar, D.F., Prado, A.C., Oliveira, W.A., & Cardoso, J.F.S. (2017). Parâmetros hematológicos de cães apresentando corpúsculos de Lentz em esfregaço sanguíneo. Pubvet, 1(10), 1022-1027. Recuperado em 30 maio, 2022, de http://dx.doi.org/10.22256/pubvet.v11n10.1022-1027
Silva, W.I., Garrido, A.C.N., Ferreira, L.C., Silva, J.T., Batista, A.C., Ramos, M.E.O., Duarte, A.L.L., Feitosa, T.F., & Vilela, V.L.R. (2021). Diagnóstico de cinomose canina por meio de teste imunocromatográfico e sua correlação com achados clínicos e hematológicos no semiárido da Paraíba. Revista Brasileira de Ciência Veterinária, 28(1), 30-36. Recuperado em 30 maio, 2022, de https://doi.org/10.4322/rbcv.2021.006
Vargas, A., Romano, A.P.M., & Merchán-Hamann, E. (2019). Raiva Humana no Brasil: estudo. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 28(2), 1-9, e2018275. Recuperado em 22 agosto, 2022, de https://doi.org/10.5123/S1679-49742019000200001
Winck, G.R., Raimundo, R.L.G., Fernandes-Ferreira, H., Bueno, M.G., D’Andrea, P.S., Rocha, F.L., Cruz, G.L.T., Vilar, E.M., Brandão, M., Cordeiro, J.L.P., & Andreazzi, C.S. (2022). Socioecological vulnerability and the risk of zoonotic disease emergence in Brazil. Science Advances, 8(26), 1-11 eabo5774. Recuperado em 23 agosto, 2022, de https://doi.org/ 10.1126/sciadv.abo5774
Zanella, J.R.C. (2016). Zoonoses emergentes e reemergentes e sua importância para saúde e produção animal. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 51(5), 510-519. Recuperado em 24 agosto, 2022, de https://doi.org/10.1590/S0100-204X2016000500011
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Psicologia e Saúde em debate
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os autores declaram que participaram na elaboração do manuscrito em questão, e que o citado manuscrito é original e não foi previamente publicado em parte ou no todo e que nenhum outro manuscrito similar sob autoria dos mesmos está publicado ou em análise por outro periódico seja impresso ou eletrônico. Declaram ainda, que não violaram nem infringiram nenhum copyright ou nenhum outro tipo de direito de propriedade de outras pessoas, e que todas as citações no texto são fatos verdadeiros ou baseados em pesquisas de exatidão cientificamente considerável. Os autores comprometem, quando solicitado, a fornecer informações aos editores a respeito dos dados deste manuscrito.
A revista segue o padrão Creative Commons (BY NC ND), que permite o remixe, adaptação e criação de obras derivadas do original, mesmo para fins comerciais. As novas obras devem conter menção ao(s) autor(es) nos créditos. O site utiliza o Open Journal Systems, sistema de código livre gratuito para a administração e a publicação de revistas desenvolvido com suporte e distribuição pelo Public Knowledge Project sob a licença GNU General Public License.