A RELAÇÃO ENTRE MÃES E FILHOS E A INICIAÇÃO AO USO DO ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
DOI:
https://doi.org/10.22289/V3S1A3Palabras clave:
Drogas, Mães, Filhos, VulnerabilidadeResumen
INTRODUÇÃO: Diante dos problemas das drogas que envolvem as famílias, atualmente, o avanço no consumo das drogas tem sido um dilema no âmbito das relações familiares, notadamente, no que tange as relações entre mãe-filho e seus desdobramentos. Diferentes são os fatores que incitam ao uso, no entanto, o meio em que se vive é um preditor de destaque para a vulnerabilidade do uso das drogas. Por sua vez, a função materna torna-se referência de amparo ao filho na relação contextualizada no ambiente, neste sentido, o tipo de relação estabelecida é um ponto essencial para a constituição do filho enquanto sujeito. As mães tornam-se um pilar na construção de vínculos saudáveis ou adoecidos entre seus membros, assim, quando os vínculos são disfuncionais, tais como o uso de álcool e outras drogas, é mais provável que o comportamento dos filhos seja conduzido a uma norma desviante. Também são relevantes os fatores genéticos, psicossociais e ambientais dentro do contexto familiar. OBJETIVO: O objetivo do estudo consiste em analisar a importância da mãe no desenvolvimento infantil, o reflexo desta relação na vida adulta e a visão dos filhos em relação a iniciação deles ao uso de álcool e outras drogas. MÉTODO: O presente trabalho foi desenvolvido por meio de pesquisa de campo, do tipo qualitativo transversal, de natureza exploratória, realizado em um Centro de Atendimento a Dependentes Químicos de uma cidade da região do Alto Paranaíba, estado de Minas Gerais, Brasil. Participaram do estudo 20 pacientes, os quais já usaram álcool e outras drogas, e, atualmente, estão em tratamento no Centro. A amostra foi constituída aleatoriamente de 11 atendidos. Foram inclusos aqueles que possuíam idade igual e/ou superior a de 18 anos. Como instrumentos de pesquisa, utilizou-se da ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA (Apêndice A) para contextualização da relação materna – álcool e outras drogas – vida, e do INVENTÁRIO DE ESTILOS PARENTAIS composto por 72 itens nos quais os respondentes classificam suas mães segundo uma série de comportamentos (Anexo A), os itens são classificados em uma escala Likert de 6 pontos. RESULTADOS: O estudo aponta para o fato de que os vínculos entre mães e filhos são ambivalentes, entre a sensação de amparo e desamparo e a predominância de desapego e falta de cuidados. Possibilitou identificar que a idade de iniciação ao uso do álcool e outras drogas ocorreram na puberdade, início da adolescência (entre 10 a 14 anos) O álcool foi a droga, de maior consumo, seguido da maconha, cocaína, crack e thinner. A influência dos amigos, familiares e aqueles problemas advindos das relações conflituosas são preditores para o primeiro envolvimento com o álcool, e as outras drogas. DISCUSSÃO: O final da infância e início da puberdade e adolescência é o momento crucial para o desenvolvimento na introjeção de valores, normas e condutas, é o momento de maior vulnerabilidade, nesse contexto nota-se a importância do afeto e proteção para fortalecer a sobrevivência física, psíquica e social. O estudo revela que estes sujeitos, exatamente quando estavam na busca para suas incompletudes, depararam-se com os conflitos e situações de vivências traumáticas, as quais resultaram em um aniquilamento das condições de ser e estar no mundo e refugiaram-se nas drogas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A toxicomania configura-se como um sintoma proveniente das relações conflituosas no âmbito familiar principalmente na relação do filho com a mãe usuária. Neste sentido, percebe-se que o sujeito, ao defrontar com situações conflituosas ele usa a drogadição como via de recurso único na solução de escapar da sua dor psíquica, tornando seu existir um composto de sofrimento e aprisionamento.
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